
No mesmo recanto oculto. No meio daquele jardim que os seus olhos já conheciam. A ânsia apertava o coração de ambos aguardando o primeiro toque tímido. A luz quente do sol parecia ter vida correndo por entre as copas altas, e as folhas, pequenas esmeraldas, um tesouro vivo.
E ali estava ele caminhando a porta daquela pequena casa. Não estava ali. A sua mente vagueava por outros mundos, de cores que só ele via. Ela parou. Aguardava que ele a visse esperando ver no seu olhar enternecedor a surpresa da sua presença. Num gesto repentino e ansioso ele olhou. Não viu apenas, sentiu. Ela não se moveu, apenas a brisa balançava em volta do seu longo vestido, acariciando-lhe as delicadas faces. Era o medo recordando-lhe o que era proibido, relembrando-lhe que não deveria estar ali. Mas os sentimentos falam mais alto e vencem contra o que quer que lhes atravesse o caminho.
Num corre corre entraram na casa temendo que alguém os tivesse visto. Agora protegidos, debaixo daquele tecto de aço puro, nada lhes podia tocar. O tempo parou. Do lado de lá da janela tudo o mundo girava, mas sem se notar. Era um mundo à parte coberto de relva verdejante, flores de aromas exóticos e cores vivas. Era tudo belo demais para ser verdade e, no entanto, ali estava nos braços daquele que a enfeitiçava a cada olhar. Temia perde-lo, temia senti-lo, temia deixar que aquele fogo a consumisse. E no entanto desejava acima de tudo prová-lo, o irrealizável, queria fazer dele possível, esculpi-lo como verdade.
O que sentia não era mentira, quem lhe dera. Era proibido, logo deveria ser esquecido. Quem lhe dera. Mas o impossível continua a sê-lo.
No entanto, dentro daquela casa a luz era diferente, não se sentia culpada por lá estar.
E assim se deixou consumir, no embalo daquele abraço até ao entardecer, hora em que o mundo se cala para ouvir os seus passos rápidos, voando por entre as árvores daquele jardim, até à realidade em que não queria acreditar e da qual desejava voltar a fugir.
[ for those who really matter to me...I give you my world
4 comentários:
'Não viu apenas, sentiu.'
Esta simples frase resume inúmeras coisas. Juntando ao que sabes esta frase mostra muito daquilo que na realidade trago comigo.
Sabes melhor que ningém.
Há momentos em que as palavras não nos satisfazem, porque o olhar nos mostra outros mundos.
Eis o que sinto quando leio o que escreves.
Novos horizontes emergem e a certeza de que te adoro permanece.
Beijinho* adoro-te =)
p.s- sim sim, por vezes a inspiração também me atinge.
e ainda, apaguei o commt anterior para acrescentar coisas x)
nao posso deixar de dizer que amo a tua escrita,entro na historia, e sinto-a tão em mim....
para que palavras. se podemos transmitir os nossos sentimentos de muitas maneiras: gestos, OLHARES, sorrisos, abraços...
e é deste ultimo que marca prfundamente a nossa amizade..
"sabe bem voltar-te a ver, Sabe bem o teu braço fechado" :D
MELHOR COQUINHA DE SEMPRE :D*
ADORO-TE
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