
“Teu corpo é um arco sobre o tempo,
Onde o fulgor do silêncio se demora.
Por isso,
Por isso,
Se o ofício é vão e imperfeita a idade
A palavra que me habita é onde eu moro
E essa habitação depura em mim
A explicação de toda a liberdade.
(...)
Não é adequado preparar o corpo para túmulo.
Por maior que seja a extensão da morte
Dela ainda será pedra removida
Pois teu corpo é meu corpo levantado
E nem lava avareza ou imundície
O reterá na orla do crepúsculo.”
Embora Seja Noite, de Luís Soares Barbosa
Ergue te que se faz dia
De todas as vezes que me sento em frente do Word confronto a mesma batalha…
De todas as vezes que me sento em frente do Word confronto a mesma batalha…
Urge em mim uma fome pelas palavras, mas assusta me o vazio da folha…
Então trato me como criança e deixo que a minha mente rabisque qualquer coisa no papel.Ponho o meu perfeccionismo de parte e deixo me ir.
O meu espirito descansa, a página nao mais está vazia.Tem formiguinhas pretas alinhadas sem lógica, que nasceram da minha capacidade de martelar o teclado.
Os sonhos fortalecem a alma e engrandecem o espírito (em parte, como tudo, é uma faca de dois gumes).
Encho os meus dias de tentativas…
Curioso como a vida se preenche de esboços, planos e projectos, a maioria dos quais acabam desarrumamos num canto da mente.
Se culpo alguém pela minha desarrumação, culpo me a mim, à minha criatividade e à minha falta de capacidade para os concretizar. Cumpridos ocupariam um espaço mais confortável em mim.
Desafiei recentemente um desacreditado da literatura a ler um livro de 400 páginas. Tentativa que, como muitas outras, julguei que seria em vão. No entanto, mais uma vez ele ergueu-se e calou aquele meu defeito enorme de fechar as pessoas em caixas e de não as deixar “ser”, e “ser” apenas. A verdade é que tem dedicado mais horas ao livro do que eu.
Guardarei, arrumadamente, em mim esta tentativa.Obrigado por me escutares.
ps.: Johny, achei o nosso livrinho! :D
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