12-10-2009
Tenho-me dado ao luxo de poucas pausas no meio dia-a-dia.
À custa de correrias e desassossegos o meu corpo chegou a um limite.
Não admira que no dia seguinte, durante a aula de condução os meus circuitos estivessem baralhados, o meu rosto exausto e o falar arrastado.
A caminho da paragem sentei-me no passeio da rua, procurando descansar um pouco. O meu dia estava a correr depressa demais.
Nem cinco segundos chegaram. Fui abordada por uma senhora que, preocupada, me perguntou com voz cuidadosa, e sem se aproximar muito: "Olhe...a menina drogasse?".
Corro um pouco mais para fotografar a azulejaria da Estação de Comboios de S. Mamede, e encontro um grupo de motards a ocultar o painel de azulejos da fachada.
Volto para trás com poucas fotos e o rabinho entre as pernas.
Hoje sentada no café, dou-me ao luxo de uma pausa. De um croissant recheado e um compal.
Enquanto isso, espero pela hora do dentista, pelas aulas às seis da tarde, pela sandes que será o meu jantar, pelo cansaço do final do dia e o começo do amanhã.
A rotina maça-me e desgasta-me.
Saudades das folhas caídas sobre as pedras do Caminho e o ar fresco daquele lugar.
16-10-2009
Soube que o Rafa tem dois amigos imaginários, o "Amarelo" e o "Outro", que o acompanham para todo o lado. Ele conta que o "Amarelo" às vezes é nojento, e lhe lambe o prato, o que é muito feio de se fazer.
Contaram-me que a minha irmã pula para decorar as preposições, e que a fizeram acreditar que se se sentasse depois de almoçar ficaria maldisposta.
O horário pós-laboral têm-me afastado dos momentos essenciais. Aqueles que, até agora, eram para mim invisíveis aos olhos.
Hoje tenho frequência. Há uma semana que o caderno não sai da minha mesinha de cabeceira.
Vontade de partir...
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