
Falava dos tempos de Guerra e dos campos de tiro em Espinho. Há coisas que nos alvejam a alma.
Compensava o polegar sem unha com um mindinho exageradamente prolongado. Uma gravata azul moderna e um camisa desbotada na qual resistiam um tons leves de flanela cara. Com os óculos convictamente assentes na ponta do nariz, de barba miraculosamente feita, contava que um dia o Sargento atirou em tom firme para o ar:
- “Só fica aqui quem não tem faculdades para mais nada!” – Um dos presentes, ainda meio aturdido, perguntou timidamente.
- “Então meu Sargento, que faz aqui?”
- “Por isso mesmo estou aqui. – respondeu – Não faço mais do que assinar uns papeis de vez em quando”.
Declarou ainda, que não se contavam pelos vinte dedos, o número de recrutas aos quais o sargento havia ordenado que aparecem ali daí a dois dias para o recrutamento devido. Conscientemente permitia-lhes uma oportunidade para fugir àquele mundo no qual ele próprio se havia emaranhado sem se perceber.]
Alertada agora pela velocidade asfixiante a que o Caminho de aproxima, apercebo-me do quanto distante estava do seu espirito.
~A maioria dos textos escritos neste blog tem por base pequenas frases ou conversas que absorvo durante as minhas (quase diarias) de autocarro.
Dedico este texto e desculpas sinceras à Mafalda, que ha muito me andava a pedir que continuasse a historia da velhinha que comecei à uns tempos. Não a tenho visto...Mas sinto-a por aí.
Há falta de palavras, justifico-me com silêncio
(ando a abusar de desculpas como esta.o meu grande mar de "assim-assim", os chamados meios termos)
3 comentários:
A Mafa tem estado no msn ;).
Por cá estamos bem, com o aRTiSTa em grande.
:-*
e eu aqui a vê-la crescer... à tita, claro... :D
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